Matas tombam no Jardim Tomé
400 mil metros de Mata Atlântica desaparecem brutalmente apesar dos apelos da população
400 mil metros de Mata Atlântica desaparecem brutalmente apesar dos apelos da população.
Motosseras e tratores avançaram em uma grande área da APA Embu Verde no Jardim Tomé, em Embu das Artes. “Apesar de contatar o IBAMA, Polícia Ambiental, Polícia Militar, Delegacia de Polícia do Embu, Palácio dos Bandeirantes, Secretaria do Meio Ambiente e Guarda Civil Municipal, ninguém apareceu, ninguém se importou e, consequentemente, a devastação aconteceu por completo e livre de qualquer sanção na manhã de carnaval de 2008. O desmatamento e a espantosa movimentação de terra causaram uma enorme degradação ambiental, inclusive com o aterramento de nascentes”, conta Mauro Ferraz, morador do local.
Várias entidades, indignadas com esses danos ambientais, entraram com uma Representação junto ao Ministério Público no Município para que sejam apuradas as responsabilidades. As entidades alegam que o desmatamento foi ilegal, contra a Lei da Mata Atlântica, e não foi autorizado por nenhum órgão competente.
Para agravar ainda mais a situação, em 6 de julho de 2009 foi aprovada a Lei Complementar nº 123, que institui o Corredor EmpreMatas sarial da Estrada Keiichi Matsumoto, dentro da APA, no mesmo lugar do desmatamento, sem que o Conselho Gestor da APA Embu Verde estivesse
legalmente empossado e pudesse estar apto para deliberar sobre a implantação desse Corredor Empresarial – fato que causou estranheza e apreensão em toda a comunidade do Jardim Tomé e Moinho Velho.
Próximo à área degradada há escola, creche, e uma ONG que atende crianças e jovens. O empreendimento ocasionou enchentes, assoreamento dos córregos, colocando em risco tanto moradores pobres, como moradores de condomínios de luxo. Como acreditar que o intenso trânsito de veículos de carga pesada, o desmatamento e a nova topografia gerada por esses aterros combinam com uma área de baixa densidade populacional, vias estreitas, com vocação turística e privilegiada por fauna, flora e mananciais, questionam os moradores.
“Eu posso falar com propriedade sobre o Jardim Tomé, o impacto desse corredor empresarial na vida do bairro tem sido assustador. A gente vê que a área foi todinha desmatada, o terreno foi completamente modificado, sete nascentes foram soterradas. Parece que a coisa vai se repetir dentro da área da APA. A gente fica pensando se Embu merece pagar esse preço ou se o resgate do artesanato, o turismo não é o suficiente para essa cidade ter um crescimento orgânico, sustentável, respeitando a vocação do município”, fala Marta Junqueira, coordenadora de Projeto da Associação Acorde e membro do Conselho Gestor da APA Embu Verde.
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