Mercado Ético – Embu das Artes na contramão
Embu das Artes na contramão Magali Cabral, para o Mercado Ético Enquanto o mundo se prepara para discutir...
Embu das Artes na contramão
Magali Cabral, para o Mercado Ético
Enquanto o mundo se prepara para discutir na Rio+20 formas de viabilizar um modelo de desenvolvimento sustentável, a Prefeitura da Estância Turística de Embu das Artes, na Grande São Paulo, uma cidade histórica que traz no próprio nome as suas duas maiores vocações, pega um retorno na contramão e aprova um Plano Diretor com pegada do século passado.
Ou seja, o Plano Diretor ignora ao mesmo tempo os princípios básicos mais fundamentais das agendas das cidades sustentáveis e o fato de fazer parte da Reserva da Biosfera do Cinturão Verde de São Paulo, uma área de 1,6 milhões de hectares coberta por mata atlântica reconhecida, em 1994, pela Unesco, como Patrimônio da Humanidade. Além de perder qualidade de vida e o título da Unesco, Embu das Artes poderá se tornar internacionalmente conhecida por ter rompido a ligação do chamado corredor de biodiversidade de São Paulo.
De acordo com o climatologista do Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE), Paulo Nobre, ao interromper esse corredor, o Plano Diretor condena à morte não só a reserva do próprio município, mas todo o cinturão verde que tem um papel fundamental na estabilidade climática, produção de água e purificação do ar em toda a Região Metropolitana de São Paulo. “Significa, em última instância, subtrair o “seguro-clima” que as florestas nos oferecem de graça”, afirma.
O próprio governo federal, segundo Nobre, já reconheceu a urgência e a gravidade das ameaças que o desmatamento impõe às populações. Em 2011 criou o Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais – Cemadem, para atuar na prevenção de desastres naturais em parceria com a Rede Brasileira de Pesquisa em Mudanças Climáticas Globais (Rede Clima). Juntos, esses órgãos lutam para incluir nos planos diretores dos municípios a dimensão climática e a susceptibilidade a eventos extremos, como deslizamento de morros e inundações – calamidades, aliás, comuns em Embu das Artes.
Um documento-denúncia endossado por entidades ambientalistas e culturais sobre o Plano Diretor de Embu das Artes já foi entregue ao presidente do Programa Homem e Biosfera (MAB/UNESCO), Ishwaran Natarajan, durante reunião das 300+ Reservas da Biosfera do planeta, em Paris, no dia 7 de maio último. A moção solicita que a Unesco interpele o governo brasileiro no sentido de honrar os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil com a formação da Reserva da Biosfera do Cinturão Verde de São Paulo (RBCVSP).
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